Papéis Legislativos, maio de 2018.
Por Wanderley Guilherme dos Santos
A eleição direta para presidente da República, em 1989, não se qualifica como normal, típica, crítica, ou qualquer padrão comparativo, nem mesmo com eleições disputadas depois de longo tempo de exceção, seja a eleição em 1945, pós-ditadura getulista, ou o pré retrocesso outonal em seguida à Primavera árabe. O grande número de candidatos perfilados no primeiro turno, entre os quais nomes consagrados na luta contra a ditadura, terminaram surpresos com o resultado de que o vencedor só seria conhecido depois de um segundo turno, confrontando um meteórico e estabanado outsider, Fernando Collor, e um torneiro mecânico, Luiz Inácio Lula da Silva, barbudo e, conforme as camisetas, enfezado. (…)